terça-feira, 28 de abril de 2009

PARA LER E APRENDER

Os dicionários definem a inteligência como a "capacidade de entender ou compreender, de resolver problemas". Se formos atender a sua etimologia, que é de origem latina e se compõe dos termos "intus" (entre) e "legere" (escolher), também poderia afirmar-se que a inteligência se resume na capacidade de escolher as melhores opções para solucionar um assunto.


Segundo a terapeuta Reyes Ollero, especialista em "coaching" e coordenadora da Asociación Conciencia (www.asociacionconciencia.org), existem outros caminhos além do raciocínio lógico "puro", para escolher a melhor opção. Para Reyes, esta opção é aquela que "nos conecta com nosso ser interior e mais essencial, ajuda-nos a expandir a consciência e nos aproxima da felicidade, entendida como um estado de paz e íntima conexão com as demais pessoas e o Universo".


Além da puramente intelectual, há outras formas de inteligência, como a emocional, a intuitiva, a espiritual, a do amor, a da alma. Estas são algumas recomendações de Reyes Ollero para explorar e desenvolver outras formas de "ser inteligente", que podem levar a mudanças insuspeitadas:




- O poder do "agora". Se você passa a vida lembrando de eventos passados ou evocando projetos que supostamente mudar sua vida mas não se concretizam, você está buscando a felicidade onde não está. O passado é irrecuperável e o futuro incerto. Você só dispõe do momento presente. Aquilo que faz a cada instante determina sua felicidade futura e a qualidade de suas lembranças.


- As sombras do inconsciente. Sob a máscara do ego consciente descansam, ocultas e reprimidas, emoções como a ira, os ciúmes e o rancor que configuram a denominada "sombra" psicológica e emocional. Quando incorrer em um exagero, por excesso ou defeito, isso lhe indica que sua sombra está por trás da cena, e qual é a parcela de sua vida que deve revisar. Observe e examine as ramificações que a sombra reprimida desenvolveu em sua mente, e aceite essas "partes feias" que repudia ou prefere não olhar, porque não gosta. Ao reconhecê-las e aceitá-las pode elaborar opções voluntárias de pensamento e conduta mais desejáveis.


- A felicidade interior. Existe uma alegria sem causa, entendida como um estado de consciência que não depende de condições externas nem alheias, que se desdobra há muito tempo dentro de nós, que qualquer frustração ou desengano não obscurece nem apaga. Ela brota do conhecimento de que sua vida diária é coerente com o propósito central que dá sentido a sua existência. Você sabe qual é? Já se fez esta pergunta? Seguramente servir aos demais, e ser útil ao desenvolvimento e bem-estar das pessoas que passam por sua vida, contribuirá muito mais para essa alegria "sem causa" do que perseguir o prazer, a fama e a riqueza.


- O caminho do autoconhecimento. Para estar bem com os demais é preciso estar de acordo com si mesmo. Mas muita gente esqueceu como é estar a sós com seus pensamentos. Talvez sinta certo temor em adentrar nos recantos de sua mente, e esteja acostumado que os outros pensem por si. Por isso afasta o silêncio e a solidão, buscando algo que o distraia. Sem um verdadeiro autoconhecimento de suas capacidades, necessidades e limitações é muito difícil progredir e ser feliz. Pense nos aspectos de sua personalidade que o ajudam a avançar e os que o freiam. Averigue se você se apega a seu estilo de vida pelo temor ao novo ou há aspectos de sua personalidade que o condicionam.


- O diálogo consigo mesmo. Sua estabilidade emocional depende de que conheça os diferentes níveis de seu ser. Imagine que é um amigo com o qual se sentou para tomar um café, fixe uma hora e um lugar determinado para o encontro. Uma vez lá, considere que está reunido consigo mesmo. Nada nem ninguém deve distraí-lo. Limite-se a estar. Enquanto toma um café revise questões que relegou a um segundo plano por falta de tempo e analise quais são suas prioridades (família, casamento, amigos, sonhos, saúde) e dedique a elas o tempo de acordo com sua importância. Comprove se sua vida se ajusta a suas expectativas e necessidades, e se não for assim tente achar propostas e soluções. Tome nota se quiser. De nenhuma outra reunião você tirará tanto proveito como desta!



Por María Jesús Ribas.